“The pipe is more important than the content within the pipe. Our ability to learn what we need for tomorrow is more important than what we know today. A real challenge for any learning theory is to actuate known knowledge at the point of application. When knowledge, however, is needed, but not known, the ability to plug into sources to meet the requirements becomes a vital skill. As knowledge continues to grow and evolve, access to what is needed is more important than what the learner currently possesses.” (Siemens, 2004)
Escolhi esta afirmação pois, além do próprio Siemens a enunciar em jeito de conclusão, reflete uma mudança de paradigma, uma transformação que ocorre diariamente. A escola já não tem o monopólio do saber e o saber aprendido na escola já não dura uma vida. Por vezes, como professores, preocupamo-nos demasiado em que o aluno aprenda e de menos em como vai utilizar esse conhecimento. Como é óbvio, esta visão de um conhecimento disperso na rede, em crescente evolução, é uma transformação no modo como vemos o ensino. Mas quer isto dizer que deixemos de ensinar conteúdos para passar a ensinar como obtê-los? Parece-me que não é esta a intenção de Siemens.
O que Siemens afirma é que a forma como procuramos e encontramos o conhecimento/informação pode tornar-se mais vital do que o conhecimento em si. O conteúdo é o conhecimento e este está em constante mudança, não é estático. A forma como procuramos esse conhecimento é que é mais importante. Ele próprio refere os dados que dão conta que o conhecimento está a duplicar a cada 18 meses. O que antes aprendíamos na escola durava para a vida inteira. Atualmente, o conhecimento adquirido tem que ser constantemente reciclado. Veja-se, como exemplo, o caso do planeta Plutão. Desde os nossos avós que aprendemos na escola que Plutão era o último planeta do sistema solar. Com o avanço da tecnologia e do conhecimento humano, hoje isso já não se ensina na escola. Plutão não satisfaz os requisitos para ser considerado um planeta principal. Este é um mero exemplo de como o que podemos achar verdadeiro hoje, pode não o ser amanhã, como afirma Siemens.
No fundo, surge-me a analogia com aquele provérbio que diz “não dês o peixe, ensina a pescar”. Como é um facto que o ritmo do conhecimento humano está a exponenciar-se (e a mudar) talvez o mais importante, segundo Siemens, seja não o conhecimento em si, que pode alterar-se no futuro, mas desenvolver as competências e as ferramentas de o encontrar. No fundo trata-se de desenvolver competências “plug & play”.
Por isso, o conectivismo dá uma importância especial ao “saber onde” encontrar a informação. Seria impossível absorver a quantidade de informação e conhecimento disponíveis, mesmo apenas a mais importante. Assim, o essencial é estabelecer conexões e saber onde procurar o conhecimento pois ele não se encontra mais concentrado na escola ou no professor.
Referências
Siemens, G. (2004). Connectivism: A learning theory for the digital age. Retirado de http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm
Prensky, M. (2001). Digital natives, digital immigrants, Part II: Do they really think differently? Retirado de http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20- %20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part2.pdf
Mota, José (2009). Da Web 2.0 ao e-Learning 2.0: Aprender na Rede. [On-line]. Retirado de http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo