A realização do mestrado em Educação, na especialidade de Educação e Tecnologias Digitais pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, terminou com a realização da dissertação.

Foi intitulada de “O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira” e incidiu sobre uma medida educativa implementada em 2009 que introduziu na matriz curricular daquele ciclo de ensino uma hora semanal de trabalho de conteúdos curriculares disciplinares com recurso às tecnologias digitais.

Esta disposição determina um trabalho colaborativo entre o professor de TIC de cada escola e o professor titular de turma, traduzindo-se na planificação e implementação conjunta das atividades educativas com recurso à tecnologia disponível.

O estudo pretendeu contribuir para a reflexão em torno do potencial pedagógico da tecnologia nas atividades letivas, além de compreender em que medida e de que forma a estratégia de trabalho em par pedagógico com recurso à tecnologia alterou de forma significativa o modo como se ensina e aprende naquele nível de ensino.

Do ponto de vista metodológico, a investigação foi desenhada de forma a seguir um eixo vertical desde as intenções dos responsáveis educativos, até às perceções dos professores no terreno em relação à forma como aquela medida foi implementada e com que resultados.

O estudo empírico revestiu-se de um caráter exploratório e adota uma abordagem qualitativa de recolha e análise dos dados, baseada na entrevista individual e em grupo a participantes selecionados e na respetiva análise de conteúdo. No plano teórico, foram abordados diversos conceitos relacionados com a temática da introdução das tecnologias nas escolas, as boas práticas pedagógicas de utilização e o trabalho colaborativo.

Os resultados sugerem que se verificaram melhorias ao nível da utilização da tecnologia por parte dos professores, em especial os titulares de turma. No entanto, os efeitos multiplicadores ficaram aquém do intencionado uma vez que a utilização ainda é demasiado instrumental e pontual, em resultado da obrigatoriedade da própria medida e da ausência de reflexão consistente e continuada por parte dos diversos agentes educativos.