Amaral e Leal (s.d.), no seu texto “Do ensino em sala de aula ao e-Learning” concluem que a definição “forte” de e-Learning é “o processo pelo qual, o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em que o professor, se existir, está à distância utilizando a Internet como meio de comunicação (síncrono ou assíncrono), podendo existir sessões presenciais intermédias”. Apelidam esta definição de “forte” porque engloba todas as entidades que uma definição mais restrita e tradicional não faz. A saber: o professor, a interatividade, o espaço temporal, o espaço físico e a internet.
Por sua vez, o próprio conceito de e-Learning tem evoluído. Numas perspetivas a ênfase recai no aspeto tecnológico e eletrónico, no “E” da palavra e do conceito. Noutras, é no elemento “Learning”, realçando os aspetos da aprendizagem, comunicação e interatividade. Como refere Gomes (s.d.) no seu texto “E-Learning: Reflexões em Torno do Conceito”, exclui-se, por ser demasiado redutora, a definição básica “que qualquer utilização de tecnologias para apoiar a aprendizagem é “e-Learning””(p.4). Aliás, segundo esta autora, o conceito de e-Learning deve ser centrado na aprendizagem, embora uma das melhores definições que a autora prefere seja a de Masie que concilia elementos dos aspetos tecnológicos e educacionais: “E-Learning é o uso da tecnologia em rede para criar, distribuir, selecionar, administrar e aprofundar a Aprendizagem” (Masie, 1999).
O conceito de e-Learning surge muitas vezes associado ao de Ensino à Distância (EaD), embora não sejam sinónimos. Este último é mais vasto e foi evoluindo de acordo com as tecnologias disponíveis. O e-Learning pode ser considerado um modelo interativo de EaD pois valoriza a comunicação e interação. De entre as várias modalidades de e-Learning, convém referir aquela que resulta na integração de módulos e/ou atividades presenciais e à distância (b-Learning). Neste regime misto, tal como no regime totalmente à distância, torna-se necessária a disponibilização de recursos e conteúdos especialmente construídos e adaptados a este tipo de ensino.
Considero esta modalidade (b-Learning) mais adequada a um regime de formação mais reduzido (exemplo: formação contínua) e na qual os formandos tenham uma proximidade “espacial”, de modo a facilitar as sessões presenciais. Além disso, a gestão dos tempos e das aprendizagens é mais rígida do que num modelo de e-Learning. Num curso de longa duração e com formandos espalhados geograficamente, esta modalidade não é tão conveniente.
Referências Bibliográficas
Gomes, Maria João (s.d.). E-Learning: reflexões em torno do conceito.
Gomes, Maria João (2005). Desafios do E-Learning: Do Conceito às Práticas. In Bento D. Silva & Leandro S. Almeida (coords.), Actas do VIII Congresso GalaicoPortuguês de PsicoPedagogia, Braga: CIEd / IEP / UM, 66-76. [ISBN: 972-8746-36-9, CD-ROM].
Leal, D., & Amaral, L. (s.d.). Do ensino em sala ao e-Learning.