Klein (1985) refere as três fontes primárias que tradicionalmente estão na base do design curricular: currículo baseado em disciplinas, no aluno ou na sociedade. O primeiro modelo, mais tradicional e adotado, trata as disciplinas ou os diversos saberes de uma forma compartimentalizada, apesar de existirem diversas variações dessa divisão. O segundo modelo, baseado no aluno, centra, como seria de esperar, a atenção no aluno. Pela minha leitura, em demasia (opinião). O terceiro e último modelo centra-se nos aspetos sociais e comunitários, havendo sempre o risco de doutrinação.
Qualquer que seja o modelo, Klein (1985) afirma também que, tradicionalmente, o currículo é determinado por dois tipos de decisões: uma mais geral e abrangente que envolve a escolha de valores de referência e outra mais específica e técnica que decide sobre o planeamento e a implementação. Afirma também o autor que existem quatro elementos base presentes em qualquer currículo: objetivos, conteúdos, tarefas de aprendizagem (atividades) e procedimentos de avaliação (Zais, 1976). Continua referindo que alguns autores incluem também outros elementos como materiais e recursos, tempo, espaço e ambiente (organização) e estratégias de ensino.
Durante a leitura e exploração do texto realizei uma tabela onde constam os principais aspetos de cada um desses 9 elementos, suas vantagens e fraquezas, segundo Klein, acrescentando também as novas perspetivas que o autor refere quanto ao desenvolvimento curricular. Pode consultar o resumo clicando AQUI.
O nosso currículo; à primeira vista, parece também compartimentalizado no sentido em que define competências e objetivos para cada disciplina, embora não totalmente estanques. Além disso, o papel do professor é central, embora as competências sejam definidas na ótica do aluno. Os novos programas que têm sido reformulados recentemente, por exemplo ao nível do 1º ciclo, já tentam dar uma maior interdisciplinaridade e alcance horizontal. Parece-me no entanto que, de um modo geral, o nosso currículo vai buscar elementos aos vários modelos: trabalho colaborativo, resolução de problemas, atender, sempre que possível, aos interesses dos alunos, trabalho com a comunidade educativa, tentativa de tratar o conhecimento como uma entidade não fragmentada, visão de ciclo, etc.
Referência:
Klein, M. F. (1985) “Curriculum Design”. (p.1163-1169). In T. Husen e T. Postlethwaite, (Ed), The International Encyclopedia of Education. Oxford: Pergamon